Há dias um amigo, já de longa confiança, começou com seu sorriso a querer brincar comigo, por nós os franciscanos, chamarmos, ao “Poverello”, “ Pai a São Francisco”. O meu amigo João a quem eu lhe fui explicando nosso carisma franciscano e o nosso afectivo pelo nosso Fundador ficou admirado. Quando fui para o convento a imaginação começou a bulir comigo: Não havia dúvida alguma o Pobrezinho de Assis, o cantor do Irmão Sol ou Cântico das Criaturas, o Serafim do Alverne, o cantor das avezinhas, o Fundador de três Ordens, dos Frades Menores, das Damas Pobres, dos Penitentes de Assis, o legislador, o Renovador da Humanidade, como lhe chamou Guedes de Amorim, o Rei da Juventude, como lhe chamaram os rapazes do seu tempo, o “Servo de Cristo”, como lhe chamaram os seus biógrafos contemporâneos, a mais fiel cópia do Crucificado do Calvário, como lhe chamou Frei Bartolomeu de Pisa, na sua obra tão expressiva: “As conformidades de Francisco com a vida de Cristo”.
Santo António de Lisboa, nas suas pregações chama-lhe o” Pai São Francisco”. Tomás de Celano, o primeiro biografo do Pai, o autor provável do”Dies Ira”. Cesário de Spira, o poeta que compôs os ofícios litúrgicos do Pai, de Clara, “a Plantazinha do Senhor”, como ela mesma se chamava.
Que beleza e satisfação conservarmos tanta coisa do passado sem sermos antiquados! O pai S. Francisco soube ser homem do seu tempo e apesar de ter vivido já há oito séculos é ainda um santo dos nossos dias.
Ele soube, como poucos, chamar todas as atenções para Cristo do Calvário, o pregador da Boa Nova. Soube dinamizar vivendo o Evangelho e dizendo que o “Amor não era Amado”.
O Pai São Francisco tinha para com a Mãe de Jesus, uma admirável devoção. Maria é na verdade “a glória do nosso povo”, venerada na nossa Ordem e à qual os franciscanos dedicaram a basílica de Santa Maria dos Anjos.
Fr. José Jesus Cardoso, OFM.