A todos os que visitais este espaço, votos sinceros de paz e bem!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

SOMOS IRMÃOS

Não basta dizer que somos frades, pois somos Frades menores (RB 1,1; RnB 6,3). A menoridade constitui a forma concreta que qualifica o nosso relacionamento fraterno e a prática de nossos ministérios, sobretudo o ministério ordenado. Alguns exercem o próprio ministério como ministros ordenados, outros como leigos, mas todos somos Frades menores. “Por isso, na caridade que é Deus – implora nosso Pai São Francisco –, suplico a todos os meus irmãos que pregam, que rezam e que trabalham, tanto aos clérigos quanto aos leigos, que se esforcem por serem humildes em tudo” (RnB 17,5). O adjectivo “menor”, que Francisco tira do Evangelho (Mt 20,25-27; Lc 22,26; citados na RnB 5,9-12), é um adjectivo de relação: somos menores em relação a alguém. A menoridade é uma aposta pessoal, para que nada, em nós, dificulte a epifania do outro. É nosso dever “tirarmos as sandálias” diante do mistério do outro no qual o Mistério tem sua epifania (cf. Ex 3,5). O modelo da menoridade é Cristo, que “não se apegou à sua igualdade com Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo...” (Fl 2,6-11). Essa identidade de menores em relação a cada criatura coloca-nos diante de uma permanente exigência moral que tem raízes muito antigas: “devem os irmãos rever-se espiritual e diligentemente e honrar-se mutuamente sem murmuração” (RnB 7,15). E Francisco não teme insistir: “E sejam modestos, mostrando toda mansidão para com todos os homens; não julguem, não condenem; e como diz o Senhor, não considerem os mínimos pecados dos outros, meditem muito mais sobre os próprios na amargura de sua alma” (RnB 11,9-12). Nossa tradição é firme e abundante em proteger a dignidade do outro a partir de uma menoridade pessoalmente assumida, como caminho de salvação comunitária.

Fr. JJC. ofm.


0 comentários:

 
© 2007 Template feito por Templates para Você