Pouco tempo depois, seguiu-se a "clericalização" da Primeira Ordem. A partir de sua espiritualidade, Francisco era um leigo, mesmo sendo membro da hierarquia eclesiástica pela sua posição como diácono. Foi vontade dele que os seus irmãos pertençam - como simples leigos - ao grau básico da Igreja (cf. 2Cel 146), mesmo quando eram incumbidos de missões especiais. No meio do povo deviam viver a radicalidade do Evangelho, sendo pobres entre pobres, vivendo a fraternidade em comunidades concretas, anunciando a presença de Deus na situação do dia-a-dia e no mundo inteiro, unindo-se a todos os que crêem e que querem formar a Igreja de Jesus Cristo. Com a entrada dos primeiros sacerdotes, por exemplo, do irmão Pedro Cattani, essa intenção foi desrespeitada. A admissão de clérigos desenvolveu-se e multiplicou-se até constituir uma legalidade própria: havia cada vez mais sacerdotes ordenados, até que eles ocupassem todos os n´veis da vida franciscana. Francisco sempre se opôs a essa evolução; mas, logo depois de sua morte, irmãos foram nomeados bispos e chegaram até a ser eleitos Sumos Pontífices.Com isto se completou uma total dessecularização, em detrimento da intenção primitiva de Francisco. Seguramente o Santo não previu essa evolução. Acreditava, pelo contrário, que os sacerdotes que se juntavam à sua Ordem, seriam capazes de submeter-se ao novo espírito - por ele desenvolvido - de doação ao mundo. Em consequência de evoluções modernas em nossos dias, voltam a existir chances reais de poder reencontrar a intenção original de Francisco.
JJC.
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