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domingo, 25 de março de 2007

AUTO-BIOGRAFIA


Estas Letras não pretendem ser memória ou biografia, mas somente, um modesto contributo para um melhor entendimento da minha vida religiosa e franciscana, através destes anos. “longos”, se bem que brevíssimos, em função do muito que sonhei e ainda por concretizar.
São silêncio feito coração e voz de presença amiga em tempo de expectativa. São uma humilde lamparina a tremelizar no altar da vida. Têm sido êxitos e fracassos trilhados com amor e doação.
Deus espelha na grandeza das montanhas, dos rios e dos mares, no sorriso das crianças o brilho de Seu Esplendor e sobretudo o amor humano. O homem é limitado, finito e de memória curta.
Assim, o modo mais nobre de amar alguém, de dizer a alguém que lhe quer todo o bem do mundo, é fazê-lo em Deus, no trabalho aos Irmãos.
Assim, quero com esta página, em jeito de oração da tarde e na hora de Vésperas ou Completas, são a expressão, ainda que pálida, de quem reza, comunga, não regateia e agradece. Quando morrer o que fica de mim é aquilo que fiz aos outros. A paz é um grande encontro entre a vontade do divino e a obediência humana; acordo perfeito entre o espírito, sentidos, inteligência e vontade. Foi esta vontade que me motivou para o amor de DEUS. Um acordo perfeito entre o espírito e a vontade. Foi assim que eu decidir viver na casa de Deus, como lâmpada para a noite, onde já existia esplendor da Lua e durante o dia o calor do sol, aqui acendi a chama que me entusiasmou. Foi esta paz que eu sonhei.
Há coisas que mudam a nossa vida. Deixei tudo e não foi muito, para seguir a Cristo na vida religiosa, fi-lo de boa vontade. Foi a 3 de Outubro de 1963. A vida com Deus tem outro valor. A alegria, a paciência, a tolerância, a caridade, a humildade e o amor ao próximo são o enriquecimento da alma que serve o Senhor.
É na caridade para com o sofredor e o pobre que dá dimensão à minha vida. Ninguém pode ser apostolo se não cuidar do mais pobre. Só rezar não salva, se não houver caridade. Todos nos devíamos envolver com os pobres, todos acabam por rezar. Uma coisa chama a outra.
Quanto menos for a minha confiança em Deus, maior é o meu medo. Hoje começaria tudo de novo para melhor servir o Senhor.
Acredito no Senhor que pode tudo e a Sua graça me basta. Eu sei que o evangelho é exigente, tenho de ser radical comigo memo. Foi necessário na minha vida trocar oração por penitência, caridade com boas obras, tristezas com alegrias.
Nas pegadas de S. Francisco, que tão maravilhosamente soube louvar o Senhor, fui o mais recto possível no serviço aos Irmãos e em todo o trabalho que prestei à Província e à Ordem Franciscana. Deus é Paz e a Paz não tem preço, mas não é barata. Nas tempestades da vida maiores ou menores respondi sempre com ânimo e fortaleza. Quero que a minha vida se consuma no serviço de Deus. Não fugi da minha cruz, a fim de viver para Deus.
A vida religiosa como eu a entendo é um treino para o céu. O critério do religioso, deve ser o critério da cruz.
Foi no escutar S. Francisco de Assis, que ocupei o coração num espaço só para Deus. Esquecer este escutar é esquecer a própria vida. Na interioridade o religioso deve transcender as coisas. Sempre quis que os valores da minha vocação se transformassem em dignidade na cruz de Cristo.

Fr.José Jesus Cardoso, ofm.




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