A todos os que visitais este espaço, votos sinceros de paz e bem!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

NATAL PERTENÇA DE TODOS

Respeitar o Natal é viver o sentido novo da humanidade, a mútua relação diária de solidariedade fraterna e saborear a alegria do amor. Desvirtuar o Natal é escraviza-lo da sua realidade e razão de ser. Devemos evitar as diferenças para com os outros. A alegria e a paz vão-se tornando impossíveis por serem sufocadas pelo egoísmo e pelo consumismo desenfreado. Alguns chavões de amor solidário, neste tempo de Natal, são a expressão passageira de uma mensagem que deveria ser uma realidade para todos os dias.
Há por aí muita gente que diz que Natal é todos os dias contudo, muitas vezes a sua disponibilidade para com os outros é nula. Poderemos nós dizer que é isso o espírito de Natal? Creio que não, na medida em que são frutos do entusiasmo de última hora. Viver permanentemente a disponibilidade e generosidade é mais difícil se for exigência de cada dia.
Depois que Deus se fez Homem, em Jesus Cristo, o homem estará sempre incompleto. O Natal é sempre referência universal ao gesto misterioso de um Pai que, por amor, nos deu o seu próprio Filho e, por Ele, nos integrou numa nova família que não tem fronteiras, a Família de Nazaré.
A riqueza do cristão na sua vida diária é a de realizar a sua vida na fé, em Jesus Cristo vivo, o “Deus connosco”, por causa de nós e para bem de todos. A fé é dom de Deus para colocarmos solidariamente ao serviço dos outros.
O Natal de Cristo, é a lição máxima da Encarnação do sobrenatural na vida do dia-a-dia, em todas as dimensões. O Natal é a força de aceitar o desconforto de uma gruta, uma história que se repete cada dia em tantas famílias, é desfrutar o Amor de Deus feito Carne, feito vida humana em Jesus.
Que todos os cristãos cantem ao Deus Menino que por nós veio ao mundo, para nos tirar da embriaguês do pecado.
Celebrar o Natal de Cristo é celebrar o nosso nascimento para Vida como este Dom do amor de Deus e que em todo o tempo é dom para a humanidade.

Fr. José de Jesus Cardoso, OFM.

domingo, 21 de dezembro de 2008

MENSAGEM NATALICIA




O Natal é o Mistério da Encarnação do Filho de Deus. Natal é recordar que Deus se fez homem para habitar entre nós. Por isso, é necessário que todos os cristãos vivam com recto sentido a riqueza desta vivência real e profunda do Natal.
Ao celebrarmos mais uma festa do nascimento de Jesus, vamos repensar as nossas vidas e assumir com seriedade o nosso compromisso de cristãos e de religiosos, no viver e do anunciar o Evangelho de Jesus.
Desejo a todos - que Jesus Menino, esteja muito presente hoje e sempre em nossas vidas e na esperança dum Mundo melhor para todos neste Natal e no Ano Novo que se aproxima.
Frei Jose de Jesus cardoso, OFM.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

SÃO FRANISCO E O PRESÉPIO

SÃO FRANCISCO E O PRESÉPIO
Aprendi a gostar de São Francisco de Assis ao longo da minha vida. Sempre encontrei vestígios dele no rosto de certos irmãos da minha Província. È difícil dizer o que mais me encanta. Tudo em S. Francisco é força na sua fragilidade e ternura vigorosa. Quando olho para ele lembra-me de Jesus Cristo, os dois se parecem um com o outro. Cristo nasce num Presépio Francisco começa a vida numa cabana. Ambos despojados de suas vestes. Francisco de Assis, homem simples, caminha pelas ruas a dizer que o amor não é amado. Vai gastando as forças a dizer aos homens que é preciso mudar o coração, e fazer penitência. Fica horas noites e dias em oração.
São Francisco gosta de viver nas grutas e nos espaços ainda não maltratados pela mão do homem, o que pouco se faz nos nossos dias. Francisco faz da sua vida uma caminhada contínua para Deus. Todo ele é a própria oração. A devoção à Santíssima Mãe de Deus foi sempre muito forte e sempre nutriu grande veneração e recomenda- a as seus frades.
Greccio, o nosso Belém, onde ninguém como Francisco soube tão bem festejar o nascimento de Jesus Menino na terra. Greccio é despojamento e alegria. Frades encantados com as maravilhas de Francisco. Homens e mulheres de tochas acesas nas mãos extasiados ao redor do presépio!
Francisco, feito anjo de Deus, canta Glórias ao Criador do Mundo. Humildemente em palhas deitado, pobre Deus que se torna criança.
Já lá vão uns anos largos, que passei por Greccio. Recordo com alegria a alegria o poder estar no sítio onde Francisco foi o primeiro construtor do presépio. Parece que estava a ver Francisco dançarino a cantar “Glória a Deus nas Alturas” ao Deus feito Criança.
Em Greccio, como no Alverne, Francisco encanta-nos entre abismos do verde das montanhas, o Serafim que recebe as chagas de Jesus. Ele me encanta e a todos que por ali passam. È nestas terras da Umbria que Francisco vai atrás dos leprosos, dos mais abandonados e dá tudo a todos na vida das pessoas.
Pus-me a imaginar essa gente simples de pés descalços no chão e de braços levantados com São Francisco a louvar o Senhor, deixando que o Irmão Sol lhes aquecesse o corpo…Como seria, meu Deus!!!
Francisco sem preocupações mundanas, sem bens materiais, não reclama nada para si. Homem belamente humano. A vida de Francisco de Assis foi uma vida de Presépio e Calvário.
A minha paixão por Francisco de Assis continua viva no seguimento de Cristo, em fraternidade e confiante partilha. Deus é pertença de todos em quem devemos colocar o coração.

Frei José de Jesus Cardoso, OFM.

domingo, 7 de dezembro de 2008

O SERAFIM DO AMOR

FRANCISCO DE ASSIS O SERAFIM DO AMOR
No Monte Alverne, região da Toscana, onde Francisco recebeu os estigmas. Ali, dizem as fontes franciscanas que de repente, Deus tocou profundamente Francisco de Assis. Homem imitador perfeito dos caminhos do Senhor Jesus, e todo aquele que é marcado pelos caminhos desse amor. A ele é impossível não trazer essas marcas em seu corpo. Religiosamente dizemos que o anjo, o Serafim, veio e marcou o seu corpo com aquelas chagas do Amado. E para sempre o amor tomou forma num corpo. Porque o amor estava no seu coração, e o que está no coração toma conta do corpo, da vida e deixa marcas profundas. As pessoas que se amam verdadeiramente vão ficando parecidas. Às vezes observamos que, quanto mais velhos ficam nossos pais, mais se assemelham fisicamente. Quando por ali passei, naquele Alverne de amor, eu quis entender o que significavam as chagas de Francisco, naquele encontro com os meus confrades e vi o que significavam as chagas de Francisco. De acordo com a minha cultura, todas as minhas energias, o nosso potencial de amor, a nossa fonte do amor, brotavam de dentro para fora, e não de fora para dentro. Francisco explodiu, seu coração consagrou-se, fez-se tudo para todos. O coração de quem ama muito faz assim: Pluf! Salta para fora. E o coração dele abriu-se em chagas, em estigmas. Enraizado naquela terra, naquele chão que ele conhecia e pisava, seus pés ficaram marcados com as chagas do Amor.A realidade do amor estava nas suas mãos, nos seus pés. É nas extremidades vitais que circulam as energias mais poderosas. E foi aí que o amor transbordou na vida de Francisco. Penso que, quando amamos profundamente, todas as experiências humanas e religiosas nos marcam com as marcas profundas do amor. Quem dá o coração, recebe corações. Isso eu aprendi com Francisco.Fr. José Jesus Cardoso

VOCAÇÃO FRANCISCANA

SER FRANCISCANO
A vocação religiosa franciscana não tem como objectivo primeiro ser sacerdote, mas sim a vontade de ser franciscano, ser irmão de Francisco de Assis e do seu ideal. O ideal dos franciscanos, quer sejam eles sacerdotes ou não, é sempre o mesmo: Seguir a Cristo, segundo S. Francisco de Assis, como se diz na regra: Observar o Santo Evangelho; sem nada de próprio em obediência e castidade.
O que todos os frades têm em comum é a mesma consagração pelos votos religiosos ao serviço de Deus e aos irmãos e Regra de Vida.
Nas fraternidades, e em qualquer lugar em que os franciscanos vivam, sacerdotes e não sacerdotes, ajudam-se mutuamente e devem seguir e animar-se na mesma caminhada e conviver muito fraternamente. As suas vidas são uma vida de irmãos.
O franciscano, no serviço à Igreja e à comunidade religiosa e cristã, presta os mais diferentes serviços: uns dando aulas, outros assistindo aos doentes, outros trabalhando com o povo, catequizando, instruindo e até inseridos em movimentos de solidariedade e servindo nos trabalhos internos das suas comunidades.
Se o franciscano assume o sacerdócio, o seu serviço à Igreja será também o de párocos, pregadores e acompanharem as comunidades dentro de uma determinada diocese.
O caminho para a vocação é precedido por mais mais anos de preparação e acompanhamento por mestres que ajudam no crescimento desse ideal a robustecer o discernimento para abraçar o ideal franciscano, sendo este o começo, outras etapas se seguem por alguns anos o amadurecimento, etapas a que chamamos: Postulantado e Noviciado. Após o Noviciado, o candidato passa a chamar-se “Frei”. É durante o Noviciado que o frade se prepara para a sua consagração a Deus através de uma vida “na observância nos votos atrás referidos”. Enfim, é um tempo de vivência dos valores fundamentais da vida religiosa franciscana. Quando o candidato está preparado, e preparado pela equipa de formação faz o pedido para fazer sua profissão dos votos Evangélicos, e continua a formação permanente pela vida fora.

Fr. José Jesus Cardoso, OFM.

domingo, 30 de novembro de 2008

TEMPO DE ADVENTO

ADVENTO

Advento um período de quatro semanas antes de Natal, a qual a Igreja nos convida a preparar a festa do nascimento de Jesus Menino. A Igreja revive a”vinda” de Jesus ao seu povo.
_ A vinda histórica, como Menino no Natal.
_ A vinda triunfal quando seu Reino se manifesta.
_ A vinda intima a todo o cristão que prepara o seu coração para o receber.
Durante o Advento Jesus vem despertar a nossa força de amar, de oração, de confiança em Deus, de bondade e solidariedade. Ele vem despertar em nós o amor de Deus ao próximo e de sermos amados por Deus.
Os profetas foram incansáveis arautos da salvação. Isaías, na sua comovedora oração, pretende apressara vinda do Salvador. A história diz-nos de que maneira foi escutada este grito e se cumpriu a promessa de Deus: na verdade os céus rasgaram-se e a humanidade recebeu o seu Salvador, Jesus Cristo o Senhor. A oração de Isaías é ainda actual e a liturgia assume-a no tempo do Advento.
S. Paulo, ao congratular-se com os cristãos de Coríntio pela graça de Deus que tinham recebido em Cristo, porque foi por Ele que tinham sido enriquecidos e por Ele possuíam todos os dons, exorta-os à esperança da manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo. (I cor. I. 4-7). São estes os dois pólos entre os quais se estende o arco do Advento Cristão: a lembrança agradecida do nascimento do Salvador.


Fr. José de Jesus Cardoso , OFM .

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

S. FRANCISCO DE ASSIS A FORÇA DE UMA VIDA


S. Francisco toda a sua vida pregou Jesus Crucificado com abundância de coração, eloquência de espírito. Alguém dizia: S. Francisco é tudo: mas não foi ele que criou o mundo! Mas quem até hoje mais informado sobre a criação do mundo foi concerteza S. Francisco de Assis.
A ideia de Deus – Criador tornou-se para ele ideia forte e espírito aberto. Todos nós pensamos que conhecemos a Oração do Pai-nosso; mas há entender e entender. Francisco não exige nunca que os outros mudem. Essa exigência é só para si. È ele quem primeiro sente a necessidade de mudar. Francisco é um coração, cheio de ternura em relação aos irmãos que pecam. Ama os que lhe causam aborrecimentos. E ama-os precisamente desta maneira. Francisco quer, até ao extremo, respeita o negativo dos outros irmãos e mantém a fraternidade, apesar de todos os desapontamentos e de todas as rupturas. S. Francisco é um humilde cântico da terra que no silêncio da aurora, após uma noite de tempestade, sente passar sobre ele uma brisa de ternura.
Ele tem um coração de paz e um novo olhar para Deus, mais purificado, incutindo novas energias. Nada o impedia de avançar para a Cruz de Cristo Crucificado. Uma alma soalheira que o mais importante não era ser fundador duma instituição nem fazer vingar uma obra assinalada com a sua marca pessoal: muito mais importante era converter-se ele mesmo num verdadeiro irmão de toda a gente, irradiando a bondade do Pai.” Verdadeiramente pacíficos são aqueles que, seja o que for que neste mundo tenha de sofrer, sempre por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo conserva em paz a alma e o corpo”.Ninguém como Francisco sentiu ou compreendeu a ideia de Deus Criador. A caridade tem a origem em Deus nosso Criador, como Francisco de Assis a entendeu. É isto que faz a sua elegância do seu espírito.
Não há nada mais encantador que as repreensões de S. Francisco a seus frades. Francisco ao chegar ao Alverne para ai celebrar a Quaresma, do Arcanjo S. Miguel, as aves vieram para lhe dar as boas vindas. Ora esta amizade com os passarinhos dá para ver quanto vale a sua confiança na natureza. Mas entre as aves, S. Francisco encontrou até ao final da sua vida um amigo e companheiro o seu Falcão, que estava fazendo o seu ninho nutrindo tal afeição por ele, que todas as noites o avisavam, com o seu cântico à hora de rezar.
Aqui temos Francisco de Assis como modelo para apaixonar a humanidade.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
A Igreja celebra no dia 15 de Agosto a solenidade de Maria e a sua elevação de Corpo e Alma à eternidade, para junto de Deus para todo o sempre. Embora não haja registos históricos sobre o desfecho da vida terrena da Mãe de Deus, desde muito cedo se usou o termo dormição em vez da morte. Maria deitou-se para a passagem à eternidade fora do tempo e do espaço, em corpo e alma. A partir do século VIII, o termo de “dormição”, foi substituído por “ Assunção”, que define melhor a elevação de Maria. Hoje a Assunção da Virgem Maria em Corpo e Alma é hoje um Dogma da Fé Cristã.
A dormição da Virgem Maria, não foi triste nem dolorosa, antes pelo contrário, foi o Cumprimento dum grande desejo e de um imenso ideal.
A tradição antiga localiza a sua morte no Monte Sião, na casa em que o Filho celebrara os mistérios da Eucaristia, onde o Espírito Santo, após a Ascensão de Jesus, desceu sobre os Apóstolos.
A Basílica da Dormição de Constantinopla em Jerusalém no seu estilo gótico é um lugar preferido pelos fiéis de todas as Confissões Cristãs, como o último lugar na terra da Mãe de Jesus. Está rodeada dos Cemitérios Católico, Grego, Arménio e Protestante Anglicano.
O Papa Pio XII, definiu a Assunção da Virgem Maria como Dogma de Fé, decorria o ano Jubileu de 1950 no dia da Festa de Todos os Santos.
Em Portugal, no século XIV, um grande acontecimento veio aumentar a devoção popular, a Nossa Senhora da Assunção. Dom João I, num gesto de gratidão, ordenou que todas as catedrais do reino fossem consagradas à Senhora da Assunção e a testemunha-lo, temos o grandioso Mosteiro da Batalha.

Fr. Jose Jesus Cardoso,ofm.

FRANCISCO SIMPLES E MODESTO



FRANCISCO SIMPLES E MODESTO
Francisco de Assis o santo dos passarinhos. O amigo dos homens e dos animais. O amigo da natureza. Padroeiro da ecologia. O santo da Paz. O santo da fraternidade Universal. O santo que soube reconciliar o homem com a natureza e com todas as criaturas, até mesmo com a morte, à qual ele chama de Irmã. “Francisco vai ao seu encontro (da morte) como quem vai abraçar e saudar uma irmã muito querida”. Assim foi na tardinha do dia 3 de Outubro de 1226. Mesmo na celebração da Irmã Morte, Francisco não queria ver os seus frades tristes. A alegria franciscana é uma marca do seu carisma.
Pelo Sacramento do Corpo e Sangue do Senhor, Francisco experimentou-o na sua genuína e profunda realidade.
Servia-lhe de leito o chão, tendo como travesseiro uma pedra ou tronco de árvore. O seu hábito era de lã grosseira. Todos os dias sujeitavam o corpo a dura flagelação. A intenção de todas as mortificações era fazer penitência pelos seus pecados e evitaras faltas futuras. A humildade de Francisco não era menor do que o seu espírito de penitência. Francisco não quer palavras em seu louvor. “Julgo não haver no mundo pecador mais indigno do que eu”e continuou: “Se Deus, em sua misericórdia tivesse dado ao homem mais perverso as graças que se dignou dar a mim, não duvideis que este homem seria muito mais grato e piedoso do que eu”.
Do seu amor a Deus e ao próximo e à sua devoção à Santíssima Virgem e a outros santos, cujos exemplos são tão numerosos.
Depois da conversão, Francisco renunciou a tudo o que era riqueza e vaidade. Sentia alegria em não ter nada de seu. “ A pobreza - dizia é o caminho da salvação, o principio da humildade e a raiz da perfeição”. A pobreza era a sua senhora, a sua rainha, a sua mãe e sua esposa.
O maior cuidado de S. Francisco, era dar aos companheiros e discípulos uma sólida educação religiosa, como era necessário ao homem que se destinava a ser instrumento na mão de Deus, para salvação das almas.
S. Francisco fazia muitos jejuns. O de S. Miguel era para ele muito especial e para este fim, retirava para o Monte Alverne, conforme a sua grande devoção à Paixão e Morte de Jesus Cristo. No dia da exaltação da Santa Cruz, arrebatado em êxtase, viu que do céu descia um luminoso Serafim, Anjo libertador dos estigmas.
Francisco de Assis, homem de ternura e de encanto.

Fr. José Jesus Cardoso, ofm.

sábado, 2 de agosto de 2008

POR QUE A TI...SÓ A TI FRANCISCO ?

POR QUE A TI, FRANCISCO?
A força da mensagem evangélica encarnada por S. Francisco de Assis há oito séculos é o testemunho do Poverello de Assis. Trata-se duma experiência espiritual com uma dinâmica particular, com o fascínio que não pode ser circunscrito a um momento histórico a um determinado grupo.
É uma espiritualidade, que reivindica sua liberdade, sua alegria de existir. Parece encontrar a própria casa só quando não tem casa. Este principio foi evidente quando Francisco despojou, restituindo tudo ao pai perante o Bispo de Assis. Assim, poderemos perguntar” Francisco porque todos recorrem a ti, e parece que nós cremos ver-te, ouvir e obedecer-te?”. A pergunta do frei Masseu receberia hoje as respostas mais diversas: pelo espírito poético, pela causa do seu amor à natureza e as criaturas, por causa da sua total partilha com os mais pobres, devido à causa da sua capacidade de reconciliar e pacificar…
Todas as famílias franciscanas que emergiram após o nascimento da fundação da Ordem podem reinvendicar e definir o seu cordão o seu hábito e suas estruturas, com o “afim social” mas infeliz de quem vê nessas obras a realização definitiva da espiritualidade franciscana.
Francisco ontem como hoje, continua a encantar, não deixando adormecer os seus seguidores, porque aponta directamente para a Boa Nova, convidando cada um dos seus filhos a um encontro frontal com a mensagem do evangelho.
Deus despertou em Francisco a confiança em si mesmo como objecto de Graça dos Dons de Deus. Ele deixou-nos um conteúdo “nú” como nú ficou na praça de Assis, deixando-nos uma mensagem clara para ser encarnada e testemunhada. “Por que a ti, Francisco?”Francisco ao passar pelas ruas, todos corriam a traz dele porque percebiam que nele haviam bem mais que ele mesmo. Cabe a nós dar um novo folgo e vigor na actualidade desta mensagem, não podendo frustrar as esperança do mundo onde vivemos.

Frei José de Jesus Cardoso, ofm

terça-feira, 13 de maio de 2008

Fátima: Altar do mundo

sábado, 10 de maio de 2008

O CÂNTICO DAS CRIATURAS



SÃO FRANCISCO E O CANTICO DAS CRIATURAS

O Cântico das Criaturas ou do Irmão Sol, pensemos que é natural que esta maravilhosa manifestação poética tenha saído da alma do santo trovador numa manhã radiante,
Quando a beleza da natureza lhe entrava pelos olhos, lhe enchia os ouvidos e lhe preenchia todo o seu ser embriagando-o de doçura e encantamento. Mas na verdade é que assim não foi. Foi num contexto de dor e de sofrimento que o bondoso S. Francisco compôs o seu maravilhoso Cântico e, por esta razão, o que nos deve espantar não é essa doçura e essa maravilha que brotam do Cântico mas, sobretudo, o facto de essa mesma doçura e essa maravilha terem surgido de um homem que sofria horrivelmente na carne dores incontiveis.
O Cântico do Irmão Sol nasce, portanto, num contexto de sofrimento, ao qual o santo consegue ser superior, aceitando-o. Há neste homem sofredor como que uma reconciliação universal. Há a aceitação da vida, aceitação dos outros e aceitação da própria morte.
Nessa situação real e palpável de dor e sofrimento, antevendo – se achegada da própria morte, S. Francisco é cópia viva do crucificado, com mãos e pés chagados, chegava ao final da sua vida. Já nem conseguia manter de pé aquele corpo chagado, dorido e atormentado de dor e sofrimento. Estava cego. O irmão sol já lhe não iluminava os olhos, a luz magoava-o e as criaturas atormentavam-no com o seu ruído, “parecia que toda a criação combinara faze-lo sofrer”. Assim foi a grandeza de alma deste homem de Deus. Ele quer cantar ao seu Criador o poema da vida, da paz e da tranquilidade, o Cântico do Irmão Sol, um cântico que respira louvor ao Senhor do Universo
A compreensão do Cântico requer da parte de todo aquele que o quiser compreender na sua verdadeira essência é aceitar a vida, aceitar o desafio da vida como dom de Deus e comprometer-se a pôr a render esse dom. Francisco aceitou tudo isto e aceitou o outro. São Francisco uma vida de Amor. “Louvado sejas, meu Senhor por nossa irmã, mãe Terra que nos sustenta e governa e produz frutos diversos e coloridas flores e ervas”.
Fr. Jose de Jesus Cardoso, OFM.

sábado, 3 de maio de 2008

A NOSSA CRUZ DE CADA DIA



A NOSSA CRUZ DE CADA DIA

Todos levamos a nossa cruz ou nas costas ou no coração. Toda a cruz por mais pequena que possa ser é honrosa, ela pode ser vivida com mais ou menos custo. Até pode ser libertação. Jesus fez desta cruz que lhes foi imposta pelos Judeus, o instrumento da nossa salvação. Jesus assumiu a sua cruz como forma de solidariedade com os crucificados de toda a sua História. Este exemplo tem sido seguido por milhões de pessoas ao longo de dois mil anos. A Cruz do sofrimento tem vários caminhos: Maria Mãe de Jesus sofreu junto da cruz de Seu Filho, hoje muitas mães sofrem com os filhos que se drogam, outras por não terem de comer para os filhos, outras por verem os filhos a partir para a guerra. Há mães que ajudam a aliviar os sofrimentos de muitos doentes que estão crucificados à cruz do sofrimento e da dor, trabalhando em pequenos núcleos comunitários; creches, hospitais, cadeias, escolas e lares da terceira idade, onde lançam sementes de compaixão sofrendo com eles solidariamente a cruz da vida. Hoje há muitas famílias destruídas pelo divórcio flagelo da nossa sociedade. E isso è uma autentica cruz.
Toda a cruz é digna de quem a leva e muito meritória para quem consegue chegar ao calvário muitas vezes com rumo à morte.
Jesus de Nazaré morreu numa cruz por toda a humanidade, mas ressuscitou na plenitude libertadora da transfiguração para que a cruz da humanidade seja mais leve e libertadora.
Fr. José Jesus Cardoso, OFM.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

FRANCISCO DE ASSIS HOMEM DAS CHAGAS

FRANCISCO DE ASSIS HOMEM DAS CHAGAS
As chagas de São Francisco de Assis fazem-nos reflectir na grande experiência de vida austera que o santo viveu. Homem que soube por no seu coração o sofrimento de Jesus Cristo. Quanto significou para S. Francisco o caminho do Senhor até ao Calvário? Hoje parece que o vemos como uma figura acabada, sem repararmos na caminhada que ele fez para chegar à “configuração” com Cristo. O que Francisco fez no Monte Alverne foi o fruto de uma vida contínua em procura do caminho de Cristo. Foi uma caminhada sem tréguas dando tudo com vontade, inteligência e amor à cruz de Cristo.
As chagas de S. Francisco, significam que Deus é o supremo bem da sua vida. Deus encontra em S. Francisco o lugar certo e o homem disponível para a Sua presença e para o transmitir a seus frades.
As chagas de S. Francisco são o sinal de que Deus é dono da sua vida e plena realização da sua salvação. Foi nesta descoberta a razão do seu caminho pelos mais pobres, nos quais via Cristo nos seus irmãos e em tudo que o Senhor pôs no seu caminho.
Homem livre na construção da fraternidade de Irmãos, porque suporta, ama e abraça o negativo que está em si e nos outros. Seguir Jesus Cristo, implica morrer um pouco em cada dia. “Quem quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz em cada dia e siga-me” (Lc.9,23). Não vivemos no mundo que queremos, mas naquele que encontramos,e Francisco encontrou o seu mundo. Não fazemos o que desejamos, mas o que é possível. Somos chamados com alegria mesmo naquilo que nos é menos agradável, vencendo assim tudo o que é negativo. Todo o franciscano tem de ser capaz de assumir a sua cruz.
As chagas de S. Francisco, desafiam-nos na nossa resposta no compromisso com o Senhor. Ninguém se pode ver neutro mediante todos os dons que cada um recebe de Deus.
Sejamos todos como Francisco de Assis, “ Senhor, fazei que eu procure mais, consolar do que ser consolado. Compreender que ser compreendido. Amar que ser amado…”

Fr. José de Jesus Cardoso, OFM.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Oração de S. Francisco

sexta-feira, 4 de abril de 2008

DEUS NOSSO CAMINHO

NO CAMINHO DE DEUS
É nesta perspectiva que olho para os santos. Assim foi S. Francisco de Assis, Santa Clara, Santo António, santos que estão colocados na minha vida. Marcas que devem interpelar as nossas vidas… Em que sentido Santo António é franciscano?... Desde o ano 1220 – ele deixou os Agostinhos e quis ser franciscano. O encontro de S. Francisco com Santo António, não foi muito grande. Fr. António viu de longe S. Francisco de Assis. Não foi a diferença. O encontro é razões do nosso caminhar. S. Francisco, aprofundou o sentido da Escritura e dos padres da Igreja. Santo António, deixou os cónegos Regrantes; porque os franciscanos o marcaram e mexeram o seu coração, com a radical vida de pobreza e simplicidade, estilo de valor evangélico. O memo fez Santa Clara de Assis. Desprendimento de tudo e de todos. Como franciscano Santo António dá outro sentido á sua vida e vive Cristo pobre e humilhado. Ele parte para as Missões. Leva a contemplação para a acção. Ele morre com o excesso de trabalho e sempre em busca de Deus. S. Francisco mais aberto aos irmãos os manda pelo mundo a pregar o evangelho.
S. Francisco e Santo António estão os dois muito ligados pela diferença de culturas e características diferentes, mas os dois no mesmo caminho em comunidade para Deus.
Como vivemos nós hoje este ideal?
Em que medida me encontro em relação aos ideais de S. Francisco de Assis?
Na vida consagrada a gente descobre que S. Francisco e Santo António e Santa Clara nos deixaram a vida do Amor de Deus.
Somos nós os habitantes de Belém que não têm lugar para Cristo.



Fr. José de Jesus Cardoso, ofm

segunda-feira, 31 de março de 2008

CLARA DE ASSIS



SANTA CLARA DE ASSIS 800 ANOS DEPOIS
Entre as pessoas que escutaram e se deixaram apaixonar pela vida de Fran­cisco de Assis está Santa Clara, cujo 8.º Centenário de nascimento estamos a comemorar.
Clara de Assis era uma jovem de 18 anos, filha de pais ricos, bela e formosa. I A sua riqueza e os seus haveres não enchiam, contudo, a sua alma e, ao jeito de Francisco de Assis, Clara, identificar-se com Cristo: pobre e a viver uma vida segundo o Evangelho.
Clara nasceu nos finais do séc. XII, em 1193. Sua mãe, mulher de profunda religiosidade, deu-lhe esmerada edu­cação cristã e a ela se atribui o nome dado à filha, Clara.
Esta, ainda jovem, desafia as forças do coração e descobre a sua vocação: aconselho de Francisco, inicia os seus primeiros passos de irmã dos pobres, num convento de Monjas Beneditinas, mas não professa a sua regra; não é discípula de S. Bento, é discípula de Francisco e seguidora de Cristo em estilo novo, em mulher nova, tal como a fez Francisco. Ela não quer ser «monja», é irmã, porque Francisco também não quis ser monge nem clérigo, quis ser irmão, força determinante da sua vocação e fraternidade.
Clara de Assis, com Francisco, funda (a segunda Ordem Franciscana, a Ordem das senhoras pobres, as CLARISSAS.
Santa Clara e S. Francisco represen­tam para nós uma lição permanente de «mulheres de oração» e de «homem de ( paz» ao serviço da pacificação universal, na justiça e na caridade.
Clara é, ainda hoje, um desafio aos Meios de Comunicação Social, especialmente à Televisão, de que foi proclamada Padroeira. Ela convida todos os agentes das TVs, proprietários, realizadores, operadores e jornalistas a serem honestos, verdadeiros, respeita­dores
I

da dignidade humana e dos princípios éticos da sua profissão.
Com Clara e Francisco unidos, podemos ser arautos de Paz e Bem para todo o Universo.

Frei José de Jesus Cardoso, OFM

domingo, 30 de março de 2008

O MAIOR AMOR

Tu cantas o amor que passa
Feito às vezes de trapaça,
De vileza e falsidade;
Eu canto o Amor sem jaça,
Límpido, cheio de graça,
De pureza e de verdade.

Tu cantas o amor fraterno,
Por vezes sórdio, obsceno,
Apenas amor carnal;
Eu canto o amor sereno,
Límpido, puro e ameno,
Divino, espiritual.

Tu cantas o amor que mente,
Que promete o que não sente,
Mascarado de ironia;
Eu canto o amor ardente
Cheio de ardor fulgente,
Fonte de Paz e Alegria.

Tu cantas o amor-paixão,
Fogo de forte ilusão;
Que esbraceia e envilece;
Eu canto o Amor-oblação,

Que se imola em doação,
Purifica e enobrece.

É este o Amor que eu canto,
Cheio de Graça e de encanto,
Que me enche de vida e luz;
Amor puríssimo e santo,
Outro algum merece tanto:
Apenas Ele – Jesus!


Fr. José Jesus Cardoso, o.f.m.

domingo, 23 de março de 2008

ALELUIA! VISITA PASCAL

Páscoa é vida nova. O Domingo de Páscoa é um dia de festa, porque simboliza e evoca, no ritmo cristão, o primeiro dia do mundo novo iniciado com a Ressurreição de Cristo.
A presença de Jesus que em todos se renova. Domingo de Páscoa é, nesse sentido, o mais festivo de todos os domingos. Por isso proclama a Liturgia: - «Este é o dia que o Senhor fez! Exultemos e cantemos de alegria!» Por isso também, nele, a Igreja celebra com especial solenidade a Eucaristia, memorial que recorda aquele mistério. É um costume muito enraizado no norte de Portugal, este de, no Domingo de Páscoa, um grupo de pessoas («Compasso»), sempre que possível presidido por um sacerdote, com trajes festivos e partindo da respectiva igreja paroquial, se dirigir com a Cruz enfeitada aos lares cristãos a anunciar a Ressurreição de Cristo e a abençoar as suas casas. Tilintam campainhas em sinal de júbilo, fazem-se tapetes de flores pelas ruas e caminhos, estrelejam foguetes no ar. Entrando em cada casa, estabelece-se um pequeno diálogo celebrativo. Dá-se depois a Cruz a beijar a todos os presentes. Tradição que o povo do norte matem e dá grande relevo a esta antiga tradição.
Fr Cardoso, ofm.

sábado, 22 de março de 2008

IGREJA EM MEDITAÇÃO



Sábado Santo
.Hoje, Sábado do silêncio a Igreja permanece junto do túmulo do Senhor, meditando na paixão e a morte de Jesus, e na Sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição.
Neste dia de silêncio a comunidade cristã reza junto ao sepulcro. Não se ouvem os sinos nem outros instrumentos musicais. Estes vão estar presentes na aleluia e na bênção do lume novo. É um dia para reflexão e aprofundamento da nossa fé. Uma paragem na vida da Igreja para contemplar, meditar e orar. O altar está despido. O sacrário aberto e vazio. A Cruz continua entronizada desde a tarde de ontem dia. Jesus morreu. Quis vencer com sua própria vida o mal da humanidade. É o dia da ausência. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo. Depois de seu último suspiro na cruz diz, "por que me abandonaste?", agora ele cala-se no sepulcro. Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. É um dia de meditação e silêncio. Algo parecido à cena que nos descreve o livro de Jó. Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, com sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos não tanto momentos cronológicos de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado: è o mistério do Sábado Santo.

Fr. José Jesus Cardoso

OS FRANCISCANOS E OS POBRES

OS FRANCISCANOS E OS POBRES
Devemos evangelizar o trabalhador e, não o trabalho, evangelizar os sistemas e não as estruturas. A condição do outro nos pobres. Devemos compartilhar a vida com os menores, com os mais pequenos, com os mais próximos a começar nas nossas fraternidades. Devemos ser anunciadores das injustiças. Tanto nos locais de trabalho, como nas nossas fraternidades.
Os direitos dos pobres devem ser dignificados. A opção pelos mais pobres faz parte da nossa vida de menores. Muitas vezes servimo-nos deste lema para acolher os pobres de espírito e ricos de bens materiais.
Somos desafiados a viver as prioridades dos pobres, em espírito de família. Não podemos resolver os problemas universais, mas daqueles que estão à nossa volta.
Por causa da lógica do ter ou do crer e do poder, sacrificamos os nossos deveres dos quais nos tornamos réus.
O nosso carisma de irmãos menores leva-nos a praticar a nossa menoridade evangélica na promoção e na justiça. Hoje, mais que nunca é necessário desenvolver mecanismos para a boa distribuição de Acção Social.
Devemos servir os que são tratados como últimos na sociedade. Servir os mais pobres aqueles por quem S. Francisco se entregou, seguindo o Senhor pobre e crucificado.
Não há ninguém que tenha mais alegria de ajudar os pobres que os franciscanos.
Frei Cardoso, ofm

sexta-feira, 21 de março de 2008

Morreu por nosso Amor

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quinta-feira, 20 de março de 2008

Quinta-Feira Santa

Iniciamos, esta tarde com a Eucaristia da Ceia do Senhor o Tríduo Pascal. A celebração da morte e da ressurreição do Senhor. O centro da celebração da Quinta-Feira Santa é a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial e o novo mandamento do amor que Jesus deu aos seus discípulos. São João, o autor do quarto evangelho, não narra a instituição da Eucaristia, provavelmente, porque os outros três evangelhos e São Paulo já o haviam feito, além de mais, quando João escreveu o seu evangelho no final do primeiro século, a celebração da eucaristia já era corrente nas comunidades cristãs.
Jesus instituiu a Eucaristia. “O Senhor Jesus tomou o pão e depois de dar graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. Depois da ceia, tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em memória de mim”.
.Na ceia, Jesus antecipa os sinais do pão e do vinho o seu sacrifício e a entrega que ele fará no dia seguinte. O pão e o vinho são um sinal real e eficaz de Jesus que se entrega à morte para a salvação de todos num ato extremo de amor e de solidariedade para com a humanidade. É a nova e eterna aliança de Deus com a humanidade. Agradeçamos a Jesus a instituição da Eucaristia, o sacrifício da cruz, a presença salvífica de Jesus em nosso meio e alimento espiritual de garantia da vida eterna.
Na Eucaristia, São João narra a cena do “ Lava-pés”. Durante a ceia com seus discípulos, “Jesus levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. Participar da Eucaristia, comungar o corpo e o sangue de Cristo, é comprometer-se a fazer da própria vida uma entrega fraterna e solidária aos nossos irmãos, especialmente, aos mais necessitados, os enfermos, os pobres, as pessoas com deficiência, os anciãos, as crianças. Desta forma, estaremos colaborar para a promoção das pessoas e evitando o perigo de continuar perpetuando a desigualdade social. Cristo é a nossa Ressurreição.

Frei Cardoso, ofm.

quarta-feira, 19 de março de 2008

DIA DE S.JOSÉ

DIADE S.JOSÉ
S. José homem humilde e silencioso, servo fiel e prudente que o Senhor, constituiu chefe da Sua Família, que ocupou um lugar de primeira importância na inserção do Filho de Deus na história dos homens. Descendente de David como diz o Evangelho (Mt 1,20) une por parentesco Cristo com a ascendência da qual Israel esperava a vinda do Messias.
Como humilde carpinteiro de Nazaré, realiza-se a promessa feita a David a quem Deus confia a missão de esposo sublime entre todas as criaturas para ser o Pai virginal do Filho do Altíssimo. É “justo” no pleno sentido da palavra que significa virtude perfeita e santidade. Uma justiça que invade todo o seu ser mediante uma pureza total do coração. Uma completa adesão à vontade de Deus. “Não temas recebe Maria tua esposa”. Com mais fé do que Abraão, acreditou naquilo que humanamente é inimaginável: a maternidade de uma virgem e a encarnação do Filho de Deus. Pela sua fé e obediência, mereceu que estes mistérios se realizassem sob a sua tutela.
S. José foi sempre um acto constante de fé e obediência. A su situação de chefe de família obriga-o a entrar numa particular intimidade com Deus.
S. José nada tem para si a não ser os prodígios divinos que seus olhos contemplam , viu o Menino Infante repousar no seio da Virgem Maria, viu-o com os Magos, com os Anjos a “cantarem glória a Deus”, com os pastores e acompanhou-O na fuga para o Egipto.
S. José é para todos um estímulo de fé e de trabalho.

Fr. José de Jesus Cardoso, ofm.

domingo, 16 de março de 2008

DOMINGO DE RAMOS

DOMINGO DE Ramos, RITO QUE VEM DESDE A IDADE MEDIA
Enquanto o Natal é uma festa fixa, a Páscoa é uma festa móvel, tendo a sua data sido determinada pelo Concílio de Nicéia (325) para o domingo que se segue à lua cheia do equinócio da Primavera. Uma semana antes celebra-se o Domingo de Ramos, a celebração que dá início à Páscoa. Por todo o país multiplicam-se as cerimónias litúrgicas que marcam o início da Semana Santa e comemoram a entrada de Jesus em Jerusalém onde foi acolhido pela população que entoava cânticos e acenava com ramos de palmeiras e oliveiras, segundo relatos da Bíblia e de outros textos. Ponto alto das celebrações é a bênção dos ramos seguida das chamadas procissões dos ramos, que por vez têm designações específicas em algumas regiões. Tradicionalmente, os "ramos" podem ser simples, de palmas ou de oliveira, ou formados também por outras espécies como loureiro, alecrim.
Nas procissões desfilam os ramos que previamente foram benzidos na igreja e que depois são levados para casa para protegerem ,de certos males e darem sorte outros por exemplo; são destinados aos padrinhos que em troca oferecem o folar ou dão "as amêndoas" (termo que no plural pode significar, neste contexto, "qualquer oferta que se faz pela Páscoa").Esta procissão surgiu depois que um grupo de cristãos da Etéria fez uma peregrinação a Jerusalém e, ao retornar, procedeu na sua região da mesma forma que havia feito nos lugares santos. O costume passou a ser utilizado por outras igrejas e, ao final da Idade Média, ficou incorporado aos ritos da Semana Santa.
Fr. Cardoso

domingo, 2 de março de 2008

A CAMINHO DA CRUZ


QUARESMA NECESSIDADE DE PURIFICAÇÃO
Não é possível reconhecer a nossa condição de peregrinos a caminho da santidade, como humildes pecadores, que por acções e omissões, vamos deixando secar no coração o amor que salva.
Em cada Quaresma, ao longo dos quarenta dias, através de acções mais diversas, a Igreja, nos ensina e adverte, tanto para a possibilidade da santidade ao alcance todos, como para o perigo do pecado pessoal, ao qual não faltam ocasiões e portas abertas a pecar.
É tempo de purificação. A Igreja apela para isso. A palavra de Deus, revelada e transmitida pela tradição ajuda-nos a entender que o santo é o cristão normal e que a santidade está ao alcance de todos os filhos de Deus, numa fé esclarecida e coerente. Não podemos esquecer que é breve o tempo de peregrinar no mundo. É preciso assumir esta verdade. Se acreditamos no Espírito Santo, peçamos-lhe também que nos conduza e anime à nossa vocação à santidade. O pecado não faz parte da Igreja, mas é resultado da falta de verdade. Por isso a Igreja nunca deixará de convidar os cristãos à conversão.
O tempo da Quaresma é uma oportunidade para ir à procura do amor de Deus e experimentar a alegria do Perdão. A Igreja - Mãe e mestra nos estimula e adverte para o perigo do pecado.
Uma coisa quero: continuar a correr para o prémio a que Deus nos chama em Cristo Jesus, para sermos salvos pela sua Cruz. A Cruz de Cristo é a fonte de todo o perdão e todas as graças, porque Cristo, nascendo de nós, tomou uma natureza que ofereceu por nós.

Fr. José de Jesus Cardoso

domingo, 24 de fevereiro de 2008

DIZEM E NÃO FAZEM



DIZEM E NÃO FAZEM

“ Senhor; ensina-me a observar a Tua lei; guardá-la-ei com todo o coração”(SI 119,34).
Jesus, dizia a propósito dos escribas e fariseus:”Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não procedais segundo as suas obras, pois eles dizem e não fazem” (Mt 23,3). Jesus não duvida em reconhecer a autoridade dos doutores da lei, cuja missão era instruir religiosamente o povo, e recomenda seguir os seus ensinamentos; é um exemplo de como se deve obedecer a todos os que têm o cargo da direcção e do magistério, ainda que o não exerçam com dignidade. Por outra parte, Jesus põe os seus ouvintes de sobreaviso contra o comportamento dos doutores da lei descobrindo o seu defeito fundamental:”Dizem e não fazem”.
Todos os homens podem pecar por incoerência mas, se esta é condenável em todos, muito mais o será naqueles que, ou por missão que exercem ou pela vida que abraçam, têm obrigação rigorosa de confirmar, com as suas obras, a doutrina que ensinam e professam. Conhecer suficientemente o campo das realidades sem se preocupar por levar à prática essa teoria, cria situações muitas vezes deformadas; discute-se a virtude e a santidade e actua-se ao nível das paixões e de vícios que não se combatem. Esta “incoerência” ameaça particularmente os “praticantes”, sem excluir os consagrados, reduzindo-os, assim, a uma vida de mediocridade, desprezada dos homens e condenada por Deus. “ Conheço as tuas obras e sei que não és frio nem quente. Oxalá fosse frio ou quente! Mas, como és morno e não frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”(Ap 3,15-16).
Deus não quer ser servido na base dum legalismo frio, mas com todo o coração, por amor e o amor, autêntico de dar sem medida.
É necessário abrir o coração ao evangelho para o aceitar integralmente, tal como Jesus o anunciou. Continuemos o caminho da Cruz, nesta Quaresma que se aproxima do Calvário.
Fr. Cardoso

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O JEJUM AGRADAVEL AO SENHOR

A Sagrada Escritura diz, com precisão, que a caridade agradável a Deus, é partilha com o faminto e o sofredor e acolher os sem abrigo , vestir os despidos de roupas e sem abrigo e não desprezar-mos o nosso semelhante. Assim, á luz da boa consciência resplandecerá diante de Deus e dos homens o perdão do pecado.
O jejum consiste em fazer uma só refeição ao dia. A abstinência consiste em não comer carne. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e jejum. A abstinência é obrigatória a partir dos catorze anos e o jejum dos dezoito aos sessenta anos de idade. Isto insere-se nos chamados sacrifícios que os cristãos devem fazer na Quaresma, com todo o nosso ser (alma e corpo) participante neste acto onde reconhece a necessidade de reparar os pecados para o seu próprio bem e bem da Igreja. O jejum e a abstinência podem ser trocados por outros sacrifícios, dependendo da consciência de cada cristão, do que estiver estipulado pela Igreja de cada país, pois elas têm autoridade para determinar as diversas formas de penitência cristã.
Porquê o jejum? É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem a Deus. O abster-se de comida e bebida tem como fim introduzir na existência do homem o equilíbrio necessário, e também o desprendimento do que se poderia definir como "atitude consumista".Tal atitude é no nosso tempo, uma das características da civilização ocidental. O homem, habituado aos bens materiais, frequentemente abusa deles. As civilizações de consumo fornecem os bens materiais para servirem ao homem em ordem a desenvolverem as actividades criativas e úteis, e cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior.O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos, jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo quando consegue dizer a si mesmo: Não.
Fr. José de Jesus Cardoso, OFM

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O SEGREDO



REZAR.....
Aos olhos de Deus a acção sem oração é inútil: um robô: poderia fazer melhor do que tu.
A oração é o fundamento da vida espiritual. Quando rezas, entras em comunicação com Deus, como uma lâmpada que resplandece porque está ligada a um gerador de corrente.

Tu crês que a oração é omnipotente, não é verdade?
Considera as seguintes palavras. “Digo-vos pois: pedi e ser-vos-á dado, procure e achareis, batei e hão-de abrir-vos” (Lc11,9). Poderá alguma companhia de seguros dar melhor garantia do que estas palavras do Senhor?

O segredo para alimentar a vida cristã é rezar. Não acredites em quem não reza, mesmo que faça milagres.



(Francisco Xavier Naguyer Van Thuan).

domingo, 10 de fevereiro de 2008

DIA DO DOENTE 11 DE FEVEREIRO



DIA DO DOENTE
É preciso aprender a viver com a doença, incluindo o próprio doente, mas sobre tudo, a lutar pela vida, com paciência e esperança, sabendo que esta nos leva à descoberta de infindáveis capacidades para superar os limites da vida no tempo.
A saúde é o melhor bem que podemos ter e desejar. É quando estamos doentes que o apreciamos melhor. A vida desenrola-se com os inevitáveis matizes da doença e é nesta situação que a dignidade e a serenidade devem marcar uma presença forte, onde o conforto, o carinho e a amizade são uma constate a criar e a defender.
A doença é uma escola de aprendizagem para todos, é preciso aprender a viver com ela, incluída os próprios doentes, mas sobretudo, a lutar pela vida, com paciência e esperança.
Numa sociedade marcada pelo bem-estar material, urge preparar os doentes para o desprendimento da vida e, naturalmente, para uma boa morte.
Se é importante ajudar a viver, não o é menos ajudar a morrer e transmitir o conforto e tranquilidade ao final da vida, aos momentos após os quais se abrem as portas da eternidade.
Não está nas nossas mãos eliminarmos o sofrimento, ele interpela-nos e dá-nos um novo sentido de viver quando estamos pregados à cruz do sofrimento. Aqui se muda a vida, a porta tenebrosa da eternidade. A capacidade de aceitarmos a tribulação e a dor que conduzem a uma aprendizagem de fé, com os olhos postos em Deus, ainda que o ignorem ou não o aceitem.
Quando se sofre, não estamos sós. Deus compadece-se de nós e está ao nosso lado.
A doença é uma escola de aprendizagem para todos.



Fr. José Jesus Cardoso, OFM.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Pensamentos foi PREMIADO

O Nosso Blog "PENSAMENTOS" recebeu o PRÉMIO "Diz que até não é um mau blog".
Este prémio foi atribuido pelo "RETALHOS" - http://betus-pax.blogspot.com - A escolha do nosso blog foi explicada "pela simplicidade deste blog e pelo testemunho de vida e doação do seu autor aos irmãos mais debilitados na sua expressão física e humana. Debilidade que se torna riqueza quando se pode partilhar, na simplicidade, pensamentos do interior da alma e alma franciscana." (Fr. Albertino)
Queremos dizer um OBRIGADO SINCERO…
Cabe-nos, agora, a tarefa de atribuir o mesmo prémio a outros 7.
Brevemente aqui faremos divulgação da nossa escolha...
Os premiados devem:
a) escrever um post indicando a pessoa que lhes deu o prémio (com um link para o respectivo blog) mostrandoa tag do prémio e as regras;
b) indicar outros 7 blogs para receberem o prémio;
c) exibir (orgulhosamente!) a tag do prémio no seu blog.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

MEDITA NA CRUZ DE CRISTO


A CRUZ É UMA GLÓRIA, NÃO UMA VERGONHA

A salvação sempre veio pelo madeiro. Com efeito, no tempo de Noé, a vida foi conservada pela arca de madeira.
No tempo de Moisés, ao ver o seu bastão, o mar intimidou-se diante daquele que o golpeava. Teve, então, tanto poder o bastão de Moisés e será ineficaz a cruz do Salvador?
O madeiro no tempo de Moisés, abrandou a água.
E do lado de Cristo, a água correu sobre o madeiro.
A água e o sangue
Constituíram o primeiro dos sinais de Moisés; o mesmo ocorreu no último sinal de
Jesus.
Primeiro, Moisés mudou o rio em sangue; Jesus no fim, deixou correr de seu lado ága e sangue.
Não te envergonhes de proclamar a cruz, pois os anjos a glorificam, quando dizem:
Sabemos que procurais Jesus, que foi crucificado (cfMt28,5).
A cruz é, com efeito, uma glória, não uma vergonha!


São Cirilio de Jerusalém. (Cirilio, grande catequista, viveu em Jerusalém entre 315 e 386).
Fr. Cardoso. ofm.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O SIGNIFICADO DAS CINZAS

O uso litúrgico das cinzas tem sua origem no Antigo Testamento. As cinzas simbolizam dor, morte e penitência. Por exemplo, no livro de Ester, Mardoqueu se veste de saco e se cobre de cinzas. O Antigo Testamento demonstra a prática estabelecida de utilizar as cinzas como símbolo (algo que todos compreendiam) de arrependimento O próprio Jesus fez referência ao uso das cinzas. A respeito daqueles povos que se recusavam a arrepender-se de seus pecados, apesar de terem visto os milagres e escutarem a Boa Nova. O Senhor proferiu: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido com o cilício e as cinzas. (Mt 11,21) A Igreja, desde os primeiros tempos, continuou a prática do uso das cinzas com o mesmo simbolismo
. Sabe-se que num determinado momento existiu uma prática que consistia no sacerdote impor as cinzas em todos aqueles que deviam fazer penitência pública. As cinzas eram colocadas quando o penitente saía do confessionário.
Já no século VIII, aquelas pessoas que estavam para morrer eram deitadas no chão sobre um tecido de saco coberto de cinzas. O sacerdote benzia o moribundo com água benta dizendo-lhe: "Recorda-te que és pó e em pó te converterás". Depois de aspergir o moribundo com a água benta, o sacerdote perguntava: "Estás de acordo com o tecido de saco e as cinzas como testemunho de tua penitência diante do Senhor no dia do Juízo?" O moribundo então respondia: "Sim, estou de acordo". Se podem apreciar em todos esses exemplos que o simbolismo do tecido de saco e das cinzas serviam para representar os sentimentos de aflição e arrependimento, bem como a intenção de se fazer penitência pelos pecados cometidos contra o Senhor e a Sua igreja.
Com o passar dos tempos o uso das cinzas foi a dotado como sinal do início do tempo da Quaresma; o período de preparação de quarenta dias (excluindo-se os domingos) antes da Páscoa da Ressurreição. O ritual para a Quarta-feira de Cinzas já era parte do Sacramental Gregoriano. Na nossa liturgia actual da Quarta-feira de Cinzas, utilizamos cinzas feitas com os ramos de palmas distribuídos no ano anterior no Domingo de Ramos. O sacerdote abençoa as cinzas e as impõe na fronte de cada cristão traçando com essas o Sinal da Cruz. Logo em seguida diz : "Recorda-te que és pó e ao pó tornarás " ou então "Arrepende-te e acredita no Evangelho".Finalmente, conscientes que as coisas deste mundo são passageiras, procuremos viver de agora em diante com a firme esperança no futuro e a plenitude
fr. José Jesus Cardoso, ofm.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

CARNAVAL

A Igreja e o Carnaval
A Igreja Católica e o Estado Feudal impuseram às cerimónias oficiais um tom sério e sisudo, como uma forma de combater o riso, ritual dos festejos, que em geral servem para as permissividades. Mas, o povo, descontente com essa imposição, respondia com actos e ritos cómicos.
Depois de muita pressão, a Igreja passou a tolerar melhor a festa e até a estimulá-la, com o Papa Paulo II. Em 1545, no Concílio de Trento, entra o Carnaval em pauta, reconhecido como uma manifestação popular de rua importante e, portanto, não devendo ser hostilizado pelo Clero. Em 1582, o Papa Gregório XIII, reformando o Calendário para Calendário Juliano - Gregoriano (em uso até hoje pelos católicos), estabeleceu, em definitivo, a data da Quaresma e, em consequência, a do Carnaval.
A data em que cai o Carnaval está ligada directamente com a data da Semana Santa e da Páscoa.A Páscoa sempre cai no 1º domingo de Lua Cheia da Primavera no Hemisfério Norte (Outono no Hemisfério Sul). Contando quarenta dias antes da Páscoa (período da Quaresma) temos a quarta-feira de Cinzas, que termina a data do Carnaval.
O Carnaval no mundo ocidental actualmente é um período de festejos voltado, ao aproveitamentos dos prazeres mundanos, antes do recolhimento da preparação para a Quaresma.Como a terça - feira de Carnaval é anterior à quarta – feira de cinzas, o Carnaval varia também em função do dia de Páscoa. O mais concretamente com o período lunar.
A Quaresma é estabelecida com período de meditação e arrependimento antes da Páscoa, com início na quarta-feira de cinzas e termina com a sexta-feira de ramos antes da Páscoa.
Simbolicamente tem 40 dias.
Fr. Jose de Jesus Cardoso, ofm.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Festa de Nossa Senhora Das Candeias

Hoje, se fosse viva a minha Mãezinha faria 90 anos a ela e para ela, junto da Mãe do Céu, vai a minha oração e homenagem de gratidão pela boa Mãe que o Senhor me deu.
A invocação de Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora da Purificação remonta aos primórdios do cristianismo. Segundo o preceito da lei Judaica, todo filho varão deveria ser apresentado no Templo quarenta dias após seu nascimento. A mãe, considerada impura após o parto, deveria ser purificada em uma cerimónia especial. Nossa Senhora, submetendo-se a esta determinação, apresentou-se com o Menino Jesus no recinto sagrado dos judeus
Esta festividade dos luzeiros foi denominada "das candeias", por se comemorar o trajecto de Maria ao templo, com uma procissão, na qual os acompanhantes levavam nas mãos uma vela acesa. Em Portugal, a devoção à Virgem das Candeias ou da Purificação já existe desde o século XIII, quando uma imagem era venerada em Lisboa, na paróquia de São Julião.
Fr.Cardoso,ofm.

domingo, 20 de janeiro de 2008

S.SEBASTIÃO MARTIR


UM HERÓI DA FÉ CRISTÃ! Homem de coragem sobre humana de muitos cristãos que, em meio a suplícios terríveis, haviam derramado o sangue por Jesus, ele mesmo havia infundido essa fortaleza do Espírito a muitos destes cristãos animando-os com palavras ardentes, era natural que ele também ardesse em desejo de morrer por Jesus Cristo e unir-se aos santos mártires do céu. Seu desejo não demorou a ser satisfeito. Um infeliz apóstata, chamado Fabiano, contou ao Imperador Diocleciano que Sebastião, seu alto comandante Imperial era também cristão e trabalhava incessantemente em converter os pagãos, Diocleciano mandou chamar Sebastião e perguntou-lhe se este o havia traído a dotando o cristianismo, ao que Sebastião respeitosamente lhe respondeu que, a seu ver, não podia prestar melhor serviço ao Estado e ao Imperador do que adorando o verdadeiro Deus. Irritado com essas palavras, o imperador, sem outra forma de processo ,mandou que Sebastião fosse preso, amarrado a um poste e seu corpo cravado com flechas. Depois Sebastião foi conduzido para fora da cidade, e os soldados o desnudaram, amarraram-no numa árvore e lançaram sobre ele uma chuva de flechas, o corpo ficou coberto de setas, o sangue corria por todos os lados, da forma mais desumana e julgando-o morto, o abandonaram em pleno campo. Foi no ano 288. Já altas horas da noite, uma piedosa mulher chamada Irene, vai com um grupo de amigos procurar o corpo do santo para lhe dar sepultura, mas logo que toca no corpo, vê admirada que este ainda está milagrosamente vivo. Ela, com cuidado tira as setas e desata-lhe as cordas, e leva-o para sua casa, com a maior cautela cuida das suas feridas e algum tempo depois vê-se Sebastião outra vez com força e saúde. Deus preservara a vida a seu servo, pois lhe reservava um martírio ainda mais glorioso. Aprendamos com S. Sebastião a sofrer com paciência as adversidades da vida e corajosamente estarmos dispostos a morrer, se preciso for, em defesa da nossa fé por Jesus Cristo.
Fr. Cardoso

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

SANTOS MARTIRES DE MARROCOS



Estes mártires, cinco franciscanos enviados a pregar em Marrocos por S. Francisco de Assis em 1219. “ Meus Filhos o Senhor disse-me que vos mande pregar a fé e a combater a lei de mafoma. Eu vou também a outras terras trabalhar na salvação dos infiéis. Sede fiéis a cumprir a vontade do Senhor. Entre vós conservai a paz, a concórdia e a caridade. Sede humildes na tribulação e imitai a Jesus Cristo na pobreza, na castidade de obediência. Ponde as vossas esperanças em Deus, Ele vos sustentara e vos guiará. Ele velará por vós. Ide em nome do Senhor”. Lá foram os obedientes frades.
O zelo da sua fé levou-os a exagerar a sua actuação por lá. Decidiram então pregar ao próprio califa e foram recebidos pelo filho do Sultão que lhes pede credenciais para poderem falar com o pai. Foram recebidos mas, mal abriram a boca, e depois de se terem declarado cristão se apelado ao califa que se converta e abandone a infame e falsa seita de Maomé, o Miramolim decidiu expatria, mandando prendê-los, lograram escapar-se e logo voltaram a pregar por toda a parte. Um dia, cruzaram-se com o Miramolim de Marrocos e, abordando o carro em que seguia, insistiram importunamente com o líder muçulmano para se converter ao Cristianismo de imediato. O Miramolim, chefe de Estado, chefe religioso e poder judicial, não cuidou de mais tolerâncias e ali mesmo os puniu e degolou por suas próprias mãos. Os restos mortais foram enviados para Portugal pelo infante D. Pedro, filho de D. Sancho I, que lá residia na altura e lhes tinha dado guarida e apoio à chegada. Estes restos mortais foram recebidos com grandes manifestações públicas de luto e de dor. Levados em procissão, foram depois sepultados na Igreja de St.ª Cruz, em Coimbra. Este incidente trágico teve o efeito de motivar St.ª António, então cónego regrante de St.ª Agostinho, a fazer-se franciscano e a dedicar-se ao apostolado e à peregrinação. Chamavam-se estes mártires Berardo de Lobio, Pedro de S. Gemianiano, Otão, Adjuto e Acúrsio. São representados vestidos de frades a serem executados pelo Miramolim.
Hoje não se daria esta cena. A Igreja é tolerante, Ecuménica e dialogante.
Fr. Cardoso, OFM.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

DECÁLOGO ECOLÓGICO FRANCISCANO

DECÁLOGO ECOLOGICO FRANCISCANO
Após o primeiro Congresso Latino-Americano sobre ECOLOGIA, foi publicado o seguinte Decálogo Franciscano:
1 – Descobrir e respeitar todo o universo como nosso horizonte vital necessário, numa relação de justiça, coma natureza e com todos os seres que nela vivem.
2- Dividir fraternalmente os bens da criação com todos os homens. Justiça, particularmente com os irmãos mais débeis, mais necessitados e desafortunados.
3- Unir todos os nossos esforços para promover a p0az universal com todas as criaturas.
4- Humanizar a natureza através da técnica, substituindo a técnica destrutiva por uma mais humanizante.
5- Proclamar e defender uma CARTA MAGNA sobre os direitos da Natureza, como realmente vivente.
6- Opor-se com todos os meios: técnicos, económicos políticos, culturais, éticos, religiosos, à destruição dada Mãe Terra e, particularmente, das espécies da flora e da fauna.
7- Renovar os ambientes contaminados: o ar, os rios, os bosques e revitalizar as zonas contaminadas.
8- Promover uma pedagogia ecológica, que ensine aos homens a arte de estar no mundo e a arte de tratar os seres e as coisas. Uma pedagogia que humanize as nossas relações.
9- Trabalhar para um sistema alternativo, que substitua o progresso quantitativo pela promoção da qualidade da vida.
10- Passar do utilitarismo cósmico para a celebração cósmica, promovendo uma cultura ecológica baseada no amor e na justiça.

(Família Franciscana)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

CONSIDERA A TUA VOCAÇÃO



"Considerai, pois, irmãos a vossa vocação: humanamente falando, não há muitos sábios, nem muitos poderosos, nem muitos nobres.Mas o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte."
Na verdade, o Senhor não nos escolheu por sermos sábios, nem poderosos, nem nobres mas escolheu o que é fraco pra confundir o que é forte(cf. 1Cor 1,26-27). Estas palavras da carta ao Romanos apela para a consciência de que foi o Senhor quem nos escolheu, como outrora a Francisco, e, durante oito séculos, a muitos irmãos. O Senhor escolheu-nos porque quer contar connosco, quer precisar de nós, porque nos elegeu. Esta é a verdade da nossa vocação.
Francisco ensina-nos com a sua vida a vivermos com alegria a certeza de termos sido escolhidos. É na doação confiante ao amor de Deus que encontramos o vigor para a nossa caminhada.
Consideremos a nossa vocação, irmãos, para que o Senhor continue a fazer grandes maravilhas em nós e através de nós.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

FELIZ ANO 2008

Nem todas as coisas são como queremos e não podemos avaliar o ano que termina, como mau. Se tivermos fé, só precisamos de acreditar que tudo que acontece aconteceu, independente se fomos bons ou maus. A gente pode até dormir numa cama mais ou menos, comer um refeição mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos num bom ano novo ano que se aproxima.·Enfim, a gente pode olhar há nossa volta e sentir que tudo está mais ou menos bem. Mas, o que a gente não pode, é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, ser feliz mais ou menos, ser sincero mais ou menos, ter fé mais ou menos e acreditar mais ou menos, senão, correremos o risco de no próximo ano nos tornarmos uma pessoa mais ou menos. Logo os fogos de artifícios, as taças de champanhe se vão cruzar anunciando que o ano novo está presente e que o ano velho ficou para trás. Neste momento muitos olhos se cruzam, muitas mãos se entrelaçaram e todos, num abraço caloroso e num só pensamento irão exprimir um só desejo e uma só aspiração; paz e amor. E em especial neste dia, não importa a nação, não importa a cidade, não importa a língua, não importa a cor, a origem, não importa a classe social, porque todos irão sentir que são descendentes de um só Pai, e todos se lembraram apenas de um só verbo; amar. Lembrem-se que vivemos e morremos e independente se vive oitenta ou cem anos, nunca saberemos o segredo da vida. Por isso, neste novo ano, sem mágoas, sem rancor, sem ódio, que todos possamos viver intensamente, mas que o novo ano 2008, seja verdadeiramente cheio de Paz e Bem.·
Fr. JOSÉ JESUS CARDOSO, O.F.M.

 
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